A RAÇA AROUQUESA

Perde-se no tempo o aparecimento desta raça, apontando alguns autores a sua possível origem Celta, pelo cruzamento dos troncos bos tauros aquitânicos, bos taurus ibericus e bos taurus atlanticus, tendo estas origens em possíveis cruzamentos e desenvolvimento do primitivo bos primigenius.

Os autores veterinários que se têm ocupado do estudo da raça, são unânimes em afirmar a origem mestiça deste grupo bovino. Assim, para a sua formação teriam concorrido as raças barrosã, mirandesa e minhota ou galega, cujas áreas de dispersão mantinham longas fronteiras de contacto.

No aspecto geral são animais de pequeno porte, corpulência mediana, ( as fêmeas adultas pesam em média entre 360 e 430 kg e os machos adultos entre 750 e 900 kg), possuindo esqueleto regular coberto com boa musculatura; com formas harmoniosas e pelagem castanha clara, mucosas escuras, perfil sub-côncavo, cornos dirigidos para a frente e depois para cima. Têm um temperamento dócil mas enérgico, que estão perfeitamente adaptados às encostas serranas, plenas de afloramentos rochosos onde vivem e; possuem excelentes qualidades de trabalho numa região onde a mecanização dificilmente os pode substituir.

São animais cuja rusticidade se torna bem evidente na valorização que fazem dos pobres recursos alimentares da sua zona de criação; estão bem adaptados ao clima agreste que por vezes enfrentam; vivem em harmonia com as diversas entidades socio-ambientais, atingindo frequentemente os dezasseis a dezoito anos de vida útil, no caso das fêmeas.
 
Características:
 
Morfológicas: Cabeça: Grossa , curta, com protuberância frontal pouco pronunciada. Fronte larga, ligeiramente deprimida no centro, com perfil sub-côncavo; marrafa curta ou ausente. Chanfro curto, direito e algo deprimido nas suturas maxilo-nasais; focinho escuro e marginado por orla de pêlos brancos até às comissuras labiais. Orelhas de alta inserção, tamanho médio e bem dirigidas, providas de pêlos mais compridos e escuros nos bordos. Olhos grandes, bem aflorados e circundados por pequena auréola de pêlos brancos; pestanas e palpebras de cor escura. Faces triangulares, curtas e ligeiramente deprimidas na ligação com os ossos nasais; ganachas convexas e bem afastadas; face espaçosa; nuca larga e pouco saliente. Cornos de tamanho médio, grossos na base e de secção elíptica, claros nos dois primeiros terças partes e escuros nas pontas; horizontais na base recurvando-se ligeiramente para trás e depois para diante com o crescimento, levantando as pontas para cima e para fora.
 
Pescoço: Curto, grosso e bem ligado com a cabeça e as espáduas, com o bordo superior direito e horizontal e o inferior moderadamente embarbelado. A barbela, nascida logo atrás do lábio inferior é pouco desenvolvida até à parte média, aumentando progressivamente até ao peito, onde forma algumas pregas.
 
Tronco: Cernelha larga e de reduzida proeminência; dorso largo e pouco comprido; lombo largo e robusto; linha dorso-lombar direita ou levemente enselada; garupa mais comprida que larga e de aresta sagrada pronunciada e ligeiramente inclinada. Peito largo, costado alto e bem arqueado e abdómen volumoso sem ser ventrado.
 
Membros: Curtos e grossos na parte livre, providos de largas articulações e terminados por cascos negros, rijos e debruados em cima por pequena orla de pêlos curtos.
 
Úbere: Pouco volumoso, pele não muito fina, boa conformação e tetos bem afastados e regularmente desenvolvidos; rede vascular pouco acentuada.
 
Pele, pêlos e mucosa: Pele grossa, elástica, bem destacada e repregada no pescoço e tórax. Pêlos curtos e grossos, acamados e luzidios, excepto no Inverno em que por vezes se apresentam compridos e ásperos. Mucosas escuras.
 
Cor: Castanha com vários tons : desde o “claro-palha” até ao castanho propriamente dito ( flava, acerejada e avermelhada.). À volta das orelhas e por baixo dos olhos os pêlos são mais escuros; nos machos adultos os pêlos são negros por baixo dos olhos. A cor da pelagem esbate-se na face interna dos membros, no úbere e em torno do focinho. A pigmentação é geralmente escura na pele que envolve as aberturas naturais. Existe nesta raça um acentuado dimorfismo sexual; nos touros, a pelagem escurece na cabeça, pescoço, espáduas e coxas.

Valores médios de medidas biométricas:

Medidas biométricas (cm)
Fêmeas
Machos (cm)
 
Altura do garrote
120.10
131.4
Altura a meio do dorso
119.18
132
Altura no início da garupa
121.45
128
Comprimento escápulo-esquial
142.3
146.6
Altura do peito
63.78
68.3
Comprimento da garupa
45.1
45.5
Largura entre ancas
46.45
48
Largura da pélvis
41.32
45.35
Largura entre ísquions
19.4
24.1
Perímetro torácico
171.6
176.4
Perímetro da canela
20.37
22.8
Altura do nascimento da cauda
125.6
125.1
Diâmetro bicostal
34.56
42.35

 

Reprodutivas: Predomina a monta natural efectuada nos postos de cobrição, havendo aproximadamente 115 postos, que cobrem actualmente 90% do efectivo reprodutor Arouquês. A inseminação artificial é utilizada sobretudo nas zonas de menor densidade de animais, coincidindo normalmente com as regiões periféricas à área de dispersão. Esta situação permite manter a existência de alguma variabilidade na raça. O primeiro parto dá-se geralmente entre os dois anos e os trinta e seis meses, sendo que a primeira cobrição não se efectua normalmente antes dos 15-16 meses de idade.

O intervalo entre partos é de aproximadamente um ano, e a cobrição ou inseminação artificial tem lugar em qualquer época do ano, ocorrendo em geral dois a três meses após o parto.

Produtivas: Estes animais, dada a sua robustez física, pachorrência, uma invejável capacidade de tracção, são insubstituíveis para os agricultores de montanha que os exploram ainda sem uma vocação especializada na tripla função: trabalho, carne e leite.

A carne é essencialmente fornecida pelos vitelos entre os seis e nove meses de idade ( tardiamente desmamados devido às excepcionais qualidades maternais das progenitoras), cuja qualidade se pode comprovar nas diversas mostras gastronómicas efectuadas periodicamente.O peso da carcaça dentro deste intervalo de tempo pode variar entre os 70 e os 135kg.

O leite com um teor butiroso médio de 5.4%, dá origem a queijo e manteiga de excelente qualidade. Contudo, devido à dispersão das fêmeas e fracas acessibilidades que dificultam a sua recolha, é utilizado essencialmente para alimentação natural das crias.

Somente os animais em linha pura da raça Arouquesa, inscritos no livro genealógico poderão fornecer matéria prima para a DOP, por consequência não são admitidos cruzamentos.

in ANCRA

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